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Jornalistas lançam campanha para criação de portal feminista

Desenvolver um site de jornalismo especializado com foco em conteúdo feminista. Esta é a proposta do projeto Catarinas, idealizado pela presidenta do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher em Florianópolis, Kelly Vieira, e pelas jornalistas Paula Guimarães e Clarissa Peixoto. Para viabilizar a iniciativa, o coletivo vai lançar uma campanha de financiamento coletivo na plataforma Catarse.me, no próximo oito de março, dia internacional de luta das mulheres. O encontro será às 19 horas, no bar Tralharia, no Centro da Capital. O evento conta ainda com o bate-papo “Vamos falar sobre feminismos?” com participação de Clair Castilhos, secretária executiva da Rede Nacional Feminista de Saúde.

A exemplo de outras iniciativas de jornalismo independente, Catarinas é um projeto para o desenvolvimento de um portal de notícias sobre gênero, feminismos e direitos humanos. A jornalista Clarissa Peixoto acredita que existam iniciativas importantes na área de comunicação e gênero no estado, porém, segundo ela, ainda há uma demanda represada na produção de conteúdo jornalístico especializado. “Temos consciência de que as mulheres ainda precisam avançar para garantir direitos humanos equivalentes ou equânimes aos dos homens e buscamos ampliar o debate para que mais pessoas possam ter acesso às informações relacionadas ao tema”, afirma a jornalista, que entre outros trabalhos, atuou na Campanha Jornalistas dão um ponto final à violência contra mulheres e meninas.

Catarinas vai oferecer periodicamente curadoria de informações relacionadas à temática, produção de conteúdo regional em Santa Catarina e observação dos debates públicos sobre o tema. De acordo com a jornalista Paula Guimarães, o projeto também vai trabalhar com campanhas educativas e mobilização em rede. “Práticas de ciberativismo e midialivrismo são relatimante novas, porém resgatam e dão fôlego a uma antiga premissa do jornalismo: a defesa dos direitos humanos”, assinala a jornalista integrante da Frente Nacional pela Legalização do Aborto.

Ela recorre ao código de ética para lembrar que é dever do profissional defender os direitos de cidadãs e cidadãos, em especial de quem está em minoria nos espaços públicos e políticos, como as mulheres. “Buscamos construir possibilidades de enfrentamento às desigualdades entre homens e mulheres, através de uma narrativa jornalística que avance sobre estereótipos e aponte para a necessidade de equidade de gênero”, explica.

Segundo Kelly Vieira, SC é o único estado em todo território nacional a carregar um nome de uma mulher, mas tem o quinto maior índice de estupro do país e se destaca também quando o assunto é violência doméstica. A cada 12 horas uma mulher é agredida pelo próprio companheiro. Nos espaços políticos e públicos, a desigualdade se mantém; a mulher pode ganhar até 60% menos que um homem, mesmo exercendo a mesma função.“Catarinas vai dar voz às mulheres silenciadas, às suas angustias, belezas e subjetividades. Nem todas bruxas, nem todas santas. Somos muitas: catarinas”, afirma.

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